segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O Curandeiro da Fazenda(ou vila ou bairro) Santa Etelvina.

 






No fim da década de 20, e ao longo da década de 30 do seculo XX, em São Paulo ocorreu uma grande caçada aos curandeiros e terreiros de religiões de matrizes africanas, com apreensão de matérial desses cultos e prisões de pessoas, acusadas de curanderismo e bruxarias.

A historiadora Regina Célia Pedroso, no seu livro Estado autoritário e ideologia policial , registra o inicio das atividades da delegacia de fiscalização de costume, em 1930, entre as atividades dessa delegacia era prender pessoas suspeitas de curanderismo, só que em minha pesquisas encontrei no final da década de 20, pessoas sendo presas por praticas de curanderismo.Em uma Revista de Historia de 2004, encontrei um registro do inicio das atividades dessa delegacia de costumes e fiscalização de jogos do gabinete de investigações e capturas em 1924.

Esse artigo tem o foco, em um desses curandeiros de nome Alfredo Domingues Vieira, natural de Piraju, São Paulo, casado e de profissão sapateiro e morador da fazenda Santa Etelvina, minhas fontes são de jornais anutigos de São Paulo, que nos ajuda a entender as transformações da fazenda em vila, a primeira fonte que cita Alfredo, e  do jornal Diario Nacional de 1928, que relata a prisão de Alfredo por pratica de bruxaria, Alfredo contesta sua prisão alegando ter um centro espirita.

Posteriormente, o mesmo jornal detalha essa prisão, o jornal afirma que não era um centro espirita e sim um consultório, que não cobrava consulta mais aceitavam presentes dos pacientes em dinheiro, o jornal afirma ainda que seus clientes eram de maioria ricos da elite paulistana que chegavam ao lugar em carros luxuosos e elegantes, e que viam a procura de projetos secretos de amor e remédios para todo o mal, agora o jornal cita o lugar como bairro Santa Etelvina.

Dois anos depois o mesmo jornal faz novas acusações sobre Alfredo, e cita mais um curandeira no bairro o Anselmo de Souza, e traz um personagem novo para a historia e bem conhecido nos dias de hoje o delegado Saturnino Pereira, que nos dias de hoje leva a uma importante rua em Guaianases,Saturnino e acusado de proteger abertamente os curandeiros do bairro.

Em setembro de 1930, esse jornal nos ajuda a intender melhor essa história, o jornal vem ate o bairro e faz um grande reportagem, na estação Carvalho de Araujo, hoje estação de Guaianases, e afirma que o delegado Saturnino impede que os ônibus circulem ate a fazenda Santa Etelvina, só um ônibus pode circular ate a fazenda que se localiza o curandeiro, curiosamente esse ônibus e de seu irmão. Saturnino ainda proíbe a circulação do bonde particular da fazenda Santa Etelvina que leve as pessoas ate o curandeiro, a fazenda em 1930, e citada como pertencente a Nelson Resende, acredito que as primeiras linhas de ônibus que chegavam a fazenda foi devido ao curandeiro Alfredo, pelo fato dele ser bem famoso no periodo relatado.

Em 1932 o jornal volta ao bairro para apurar novas denuncias no bairro, como as queixas dos motoristas de ônibus que reclamam da concorrência desleal que sofrem por o bonde que leva a fazenda e os terrenos da fazenda cobram muito barato, e eles tem que abaixarem o preço das passagem ao máximo, isso mostra que essa linha de bonde estava atrapalhando os negocios dos donos de ônibus, e que foi um dos motivos para essa linha de bondes acabar.

Outro jornal de São Paulo, o Correio de São Paulo de 1935, nos ajuda a entender essa perseguição ao curandeiro Alfredo Domingues Vieira, o jornal mostra que Alfredo era uma pessoa politizada e filiada ao Partido Constitucionalista, com isso podemos chegar a uma conclusão que Alfredo era perseguido por partidos contrários a ele, e que nesse periodo muito jornais eram apartidários.

O ultimo relato de Alfredo e do jornal o Estado de São Paulo de 1939, é ele sendo preso novamente só que por outro delegado do bairro, e foi preso com ele imagens e crucifixos e objetos de culto, esse é o ultimo relato encontrado de Alfredo Domingues Vieira, minha conclusão e que Alfredo foi um perseguido politico, e que o estado de S.P, nesse periodo passava por uma caça religiosa das religiões de matrizes africanas, o lugar detalhado desse centro espirita não foi divulgado por nem um jornal, só no seu ultimo registro que podemos saber o nome do centro espirita de Alfredo, que é Centro Espirita Santiago.

Historiador Marcio Reis, 2017



quinta-feira, 1 de junho de 2017

A Fazenda Santa Etelvina foi uma fazenda escravista?


    Pelo que foi apresentado até agora, a fazenda Santa Etelvina, não poderia ter sido uma fazenda escravista pelo fato de ser inaugurada em 1895, e a vergonhosa escravidão no Brasil terminou em 1888, mais todos moradores antigos do bairro Cidade Tiradentes, conhecem a história que na fazenda santa Etelvina havia uma senzala, como mostra a foto abaixo.
    Como pretendo escrever um livro sobre o nosso querido bairro Cidade Tiradentes, descobri que a fazenda Santa Etelvina não foi escravista, mais antes dela, no mesmo lugar havia sim uma fazenda escravista sim,
    Não queria postar nada sobre esse assunto, porque perderia a graça de ler o livro, e também ainda estou investigando mais a fundo essa história.O que posso adiantar é que tenho quase certeza, que a fanda que esta no terminal de ônibus Cidade Tiradentes não era a fazenda escravista, como mostra a foto abaixo.
    * A primeira foto foi tirada do site::http://www.prefeitura.sp.gov.br/…/cidade_tiraden…/noticias/…
um dos registros fotográficos mais antigos que temos da Fazenda Santa Etelvina. 

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Brigas na fazenda Santa Etelvina (parte 2)

Fazer desfeita de alguém ou não aceitar bebida, comida e etc...É uma tradição antiga que passa de geração para geração.Mais chegar ao fato de esfaquear alguém pelo motivo de desfeita, nunca tinha visto antes.

Esse Italianos que chegaram no Brasil, devem ser estudados a fundo,porque brigavam por qualquer motivo aparente.


    Esse trabalhadores Italianos foram citados no TCC de Marcio Reis,
Como podemos observar ao longo do texto há uma forte presença de italianos na fazenda, isso se deve por dois fatores marcantes ocorridos no século XIX, o primeiro e que constitui nesse século uma política na qual coloca o raça do branco europeu como o mais civilizado, em relação as demais raças, colocando-as como inferiores, atrasadas, fazendo com que, para que um país seja considerado desenvolvido, um dos fatores seria uma política de branqueamento da sua população, diante disto países como o Brasil, começam a estimular a vindo de imigrantes europeus, em detrimento de outras raças, como por exemplo os africanos, que já estavam presentes aqui no país desde o século XVI, sendo usado como mão de obra escrava, mais devido a essas teorias legitimadas pela ciência, não se preocupou em criar uma política de inserção do negro na sociedade brasileira. O segundo é que essa política de imigração subvencionada, fará com que o Brasil recebe uma grande quantidade de imigrantes europeus, principalmente italianos, pois esse país, foi um dos últimos países europeus, a se unificar como Estado Moderno ocorrido por volta de 1860, a unificação trouxe uma grande problema, para os italianos, pois o norte do país era industrializado e o sul era agrária e muito populoso, não se tinha como acomodar toda essa população do sul, o que nesse contexto, começou – se a se estimular uma campanha de imigração dessa população excedente, criou-se então a política ideológica do fardo do homem branco, que constituía levar a missão civilizadora aos povos considerados atrasados, inferiores, como no caso o Brasil e os países africanos, asiáticos.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Entenda quem foi o Coronel Rodovalho.

                      Antonio Proost Rodovalho dono da fazenda Santa Etelvina






   O coronel Rodovalho foi uma grande empreendedor do seu tempo, como Marcio Reis escreve,
 Devido à grande quantidade de negócios que fazia, tornou-se grande empresário e político da cidade de São Paulo. Com uma vida empresarial de sucesso, casou-se com Etelvina Dutra Rodrigues Rodovalho e teve cinco filhos: Henriqueta Rodovalho, Antônio Proost Rodovalho Júnior, Maria Rodovalho, Joana Rodovalho e Antônio Joaquim Tavares Rodovalho Neto. Somente Rodovalho Junior seguiu os passos do pai referente ao lado empresarial – e não pelo lado político
sua importância para a a construção da fazenda foi de enorme ousadia para a época.Para entender mais quem ele foi, deixo aqui uma Dissertação de Mestrado de VICENTINA, Rita de Cássia.
www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/.../TESE_RITA_DE_CASSIA_C_VICENTINI.pdf

Brigas e crimes na Fazenda Santa Etelvina

A colonia italiana que trabalhava na fazenda Santa Etelvina, brigavam muito entre eles, crimes eram comuns na fazenda,esse recorte de 1904, mostra uma briga por uma divisão de uma melancia, novas postagens comprovaram que a fazenda era colonia italiana.
Outro fato importante, é que a fazenda Santa Etelvina tinha trabalhadores de outros países da Europa.